CRIPAM - CAIJ

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sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

2010... Obras da CRIPAM recebem voluntários...

Dois bolivianos na Casa Marisa Pagge

O que estão fazendo dois bolivianos na Casa Marisa Pagge? Eles são um casal que veio aqui por um mês para oferecer o próprio trabalho voluntario. Eles chegaram o dia 15 de dezembro e irão embora o dia 15 de janeiro.

Neyda Lupe e o namorado Ronald Conde, assim se chamam eles, passam o dia e também a noite cuidando das pequenas crianças hospedadas na Casa Marisa Pagge. Neste período, Natal e começo do ano novo, algumas pessoas que trabalham na casa estão de férias, e eles estão substituindo-as perfeitamente.

Mas vamos por ordem. Quem são e o que fazem eles na vida? Ronald mora na capital da Bolívia, La Paz, e è professor de filosofia e psicologia na local escola superior Dom Bosco, Neyda mora em Cochabamba e é estudante de medicina. Eles se conheceram no ano 2001: Ronald naquele tempo era um irmão salesiano e foi a participar a um encontro de catequistas da zona rural a Sicaya (dep. de Cochabamba). A esse encontro participou também Neyda, que tive que fazer a tradutora para Ronald, já que a maioria dos participantes falava só a língua “quéchua” que, junto com a “aymara” è a lingua que ainda falam os nativos (índios) dos altiplanos dos Andes que compreendem Bolívia, Chile, parte da Argentina, Peru e Ecuador.Desde então nunca perderam os contatos, mesmo quando Neyda ingressou numa comunidade de freiras. A amizade deles nunca parou até quando, tendo deixado os respectivos institutos tornaram-se namorados.

Neyda já tinha trabalhado na Casa Marisa Pagge, no ano 2007, como freira da Congregação das Filhas dos Sagrados Corações, que naquele tempo era responsável pela gestão da Casa.

Ela já conhecia o ambiente e o tipo de trabalho com as crianças.

Voltando agora ela viu algumas diferenças com o passado.

Ela viu que o projeto está funcionando mais facilmente, e que a organização è melhor.

Segundo ela, antes, quando a gestão do projeto era das freiras, os funcionários não assumiam muitas responsabilidades, deixando a maioria a cargo das mesmas.

Outro problema era a falta de comunicação, e sobretudo o problema da língua: as freiras de fato eram de nacionalidade boliviana e colombiana e quase não falavam português, o que enfraqueceu bastante as atividades do projeto. O fator lingua, segundo Neyda, foi determinante também na comunicação entre as freiras e os moradores do bairro.

Conhecendo a situação de pobreza da Bolívia uma pessoa pode perguntar-se “porque eles vieram a oferecer um mês do próprio tempo em Corumbá e não na pátria deles”, já que segundo as pesquisas Bolívia resulta ser o terceiro pais más pobre da America Latina, depois do Haiti e Nicarágua. Existem casas abrigo também na Bolívia, mas são do estado e têm regras rígidas que não permitem de prestar um serviço como na Marisa Pagge.

Todavia Ronald já tinha trabalhado como voluntario em uma casa abrigo do estado, donde os beneficiários eram meninos e adolescentes na faixa etária de 4 até 16 anos. Meninos abandonados, meninos da rua filhos de presidiários e prostitutas, praticamente já pequenos delinqüentes. Quem fiz a proposta de vir a Corumbá foi Neyda. Ronald no começo estava um pouco indeciso por causa do trabalho, da escola, da questão acadêmica.Em seguida ele decidiu-se, pediu uma permissão à escola Dom Bosco de La Paz onde ele ensina. O que lhe foi permitido.

Ele tinha muita curiosidade de conhecer o ambiente corumbaense, e sobretudo a Casa Marisa Pagge. Eles trabalham de dia e também de noite. Durante o dia eles ajudam os funcionários do abrigo nas varias tarefas com as crianças: tomar banho, os jogos, a mamadeira, o almoço, etc. Praticamente passam o dia inteiro com eles. Ronald e Neyda moram na Casa dos Voluntários que está dentro da área do abrigo, mas na noite vão dormir na Casa Marisa Pagge, para ajudar as funcionarias no cuidado das crianças. Aqui no abrigo, eles estão se sentindo muito bem, e Ronald gostaria de ficar mais tempo se fosse possível. A relação deles com as crianças è muito bonita: as crianças já se afeiçoaram, se aproximam, os abraçam, pedem abraços e beijos buscando carinho.

Eles se sentiram a vontade também com as pessoas que trabalham ou têm responsabilidades na Casa incluindo Dona Lourdes, eles sentem que são tratados com carinho e com respeito. Luciene è muito atenta e o Padre Pascoal os trata muito bem.

O dia do retorno à Bolívia, 15 de janeiro, está se aproximando.

Ronald e Neyda irão embora com muita saudade e com os pensamentos cheios de imagens de crianças, vozes, sensações, mas com o desejo de voltar mais uma vez à Casa Marisa Pagge.

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